Géneros textuales/discursivos académicos

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2020Author
Brunel Matias, Richard (org.)
Lousada, Gouvêa Eliane (org.)
Lopes Cristovão, Vera Lúcia (org.)
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Entre os poderes do gênero, creio que deve ser destacado o seu efeito contextualizador.
No uso da linguagem, navegamos na generalidade enquanto não especificamos o gênero.
Veja-se o caso da escrita e da oralidade acadêmica. Não é possível ser muito específico,
nem do ponto de vista teórico nem da perspectiva aplicada, enquanto tentamos
compreender a oralidade e a escrita acadêmica como um bloco, como se fossem uma
coisa só. Um passo à frente é dado quando se reconhece a variação no discurso
acadêmico oral ou escrito, se consideradas as diferentes áreas do saber e as diferentes
situações enunciativas. Mesmo assim, a noção de discurso, isoladamente, apenas nos
permite uma apreciação um tanto abstrata, generalizante, dos usos da linguagem no
ambiente acadêmico. A noção de texto, a meu ver, também pouco contribui para uma
visão contextualizada da língua em uso. Afinal, “texto” pode ser qualquer unidade de
comunicação falada ou escrita. Pode ser um abstract de 100 palavras ou uma tese de 300
páginas. Uma pergunta feita a um conferencista ou a conferência em si. Somente o
gênero é capaz de imediatamente ativar um modelo de contexto na mente do ouvinte ou
do leitor.
É disso que estamos falando neste livro Géneros textuales/discursivos académicos,
diante de trabalhos que enfocam diversos gêneros acadêmicos escritos e também
falados. Por meio da noção de gênero, tão centralmente cultivada pelo SIGET, é possível
superar, como propunha Bhatia (2004), a simplificação e a idealização da linguagem e
adentrar ao “mundo real do discurso”. Em vários aspectos, o gênero nos ajuda a criar
contextos para e nesse mundo real. (Bezerra, 2020)
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