Processos de racialização na narrativa de Sylvia Iparraguirre
Abstract
Como antecipamos na apresentação desta mesa, partimos da consideração de que as práticas sociais são permeadas por linguagens e que uma língua é portadora de uma força performativa que tende a conservar/transformar a informação cultural. Nesse sentido, explicitamos a mútua afeição entre linguagem e sociedade: o que é válido, bom ou bonito pode ser pensado como sendo uma ordem hegemônica, produto de lutas históricas, embora naturalizadas. Nessa linha de pensamento, o corpo surge como um texto complexo e inquietante, pois vai além do meramente verbal e, ao mesmo tempo, também está moldado pelas comunidades de falantes (basta recordar os problemas ao traduzir o termo a línguas não ocidentais ). Em função disso, em primeiro lugar pensaremos em alguns modos de conceber corpo/linguagem/cultura em conexão com a construção de um outro portador de certa marca racial. Em segunda instância, observaremos os processos de racialização na narrativa de Sylvia Iparraguirre, autora contemporânea que tenciona a fronteira indígena/ocidental em relação ao contexto nacional argentino.